Isabel Arruda
É disso que eu quero viver

É disso que quero viver.
Quero viver de sorrisos largos.
De cerveja gelada e abraços quentes.
De pé no chão. E descalço. E na areia.
Quero viver de encontros e desencontros.
De encantamento e poesia.
De medos como sinal de alerta. E amor como sinal de paz.
Quero viver de pessoas e para pessoas.
De perder o ar ao contemplar uma linda paisagem.
De soltar o ar quando precisar de uma dose extra de leveza.
Quero viver para ser exemplo e ser aprendiz.
Para notar o pequeno e me engrandecer diante da minha pequenez.
Para sentir aquilo que minha mente diz não compreender.
Quero viver da escrita e do presente.
De coração cheio para transbordar.
E de coração vazio para preencher.
Quero viver a dor do crescimento.
O desconforto da evolução.
E o choro do renascimento.
Quero viver falhas e erros.
Tentativas e acertos.
Mudança de plano e de rota.
Quero viver de pequenos milagres.
De tomar banho de cachoeira e também de chuva.
De comer comida sabor infância.
De dar colo e também receber, quando preciso.
Quero viver da empatia e do silêncio.
Do essencialismo e da simplicidade.
Da riqueza de me sentir viva e saudável.
Quero viver com um dose extra de coragem.
E sem doses de apatia ou anestesia.
E com uma pitada de compaixão.
É disso que quero viver.