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  • Writer's pictureIsabel Arruda

Q

Querido Corona,

Soube de você há um tempo e não dei muita bola.

Achei que era mais um desses que vem e vão, causando uma certa histeria, e que logo logo ia passar.

Mas dessa vez parece que não. 

Dessa vez é sério. 

As pessoas ao redor do mundo estão divididas a seu respeito.

Algumas te veem como bobagem, como alarmismo desnecessário e seguem a vida com negação, outras correm para o supermercado, para estocar comida. Cada um protege-se como pode e entende necessário. Tem ainda o grupo das pessoas que acha bacana monetizar com isso, se beneficiando do pânico alheio, para fazer então aquele pé de meia.  Alguns tem o seu egoísmo exacerbado, enquanto outros tem maior consciência do coletivo, pensando em como ajudar o outro.

Um mundo dividido. 

Um mundo desconexo.

Um mundo angustiado.

Um mundo isolado.

Um mundo ruidoso, com informações desconexas em grupos de WhatsApp que se espalham mais rápido que a velocidade da luz.

Medo, ansiedade, tristeza, incerteza, impotência. 

São alguns dos sentimentos que você tem causado. 

E quanta reflexão estamos tendo, enquanto sociedade.

A maneira de retardar o seu contágio é nos distanciando uns dos outros. 

Nos isolando socialmente. Parando. Bruscamente. Abruptamente. 

Mas não sabemos fazer isso. Nossa saúde emocional sente o tranco. Somos seres sociais, e não sabemos viver isolados.

E enquanto eu me distancio fisicamente do outro, repenso meu papel no mundo.

Me re-conecto comigo e com minha familia, girando pratinhos pra tentar entender como vamos passar por isso, como sociedade. 

Tentando entender o papel de cada um de nós nesse movimento, afinal somos todos interdependentes. Cada um deve fazer a sua parte. E cada parte importa. E muito! O que eu faço impacta o outro e o que o outro faz também me impacta.

O mundo todo está sendo impactado por você. Seja em termos de saúde física, mental ou emocional, seja economicamente. A verdade é que você está deixando a sua marca. Big time.

Enquanto lavo minhas mãos, penso o que você veio nos ensinar.

Qual o motivo da sua perpetuação?

O que a nossa cegueira nos impede de enxergar?

Qual a oportunidade aqui?

Esse é um dos momento que podemos mostrar a força que temos, enquanto coletivo ou podemos nos calar diante do medo e da ameaça. Eu acredito na força. Na união. Na esperança. Na informação.

Sei que ainda vamos sofrer com essa incerteza, mas te digo isso:

Você não vai nos derrubar!

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